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Os candidatos à Assembleia de Freguesia do
Nadadouro estiveram em debate, numa iniciativa moderada pelo JORNAL DAS CALDAS,
na noite da passada sexta-feira. A população encheu a sala da assembleia e até
apareceram vários candidatos à Câmara.
Na primeira abordagem, foi proposta uma
apresentação dos candidatos e dos motivos que os levaram a concorrer.
Valentina
Contente, do PS, apontou que tenciona “melhorar a qualidade de vida das
pessoas”, o que se faz “resolvendo as principais carências”.
A candidata do PSD, Alice Gesteiro, é
presidente da direção do Centro de Apoio Social do Nadadouro, que emprega 16
pessoas, 9 das quais do Nadadouro, e que tem centro de dia, apoio domiciliário
e cantina social.
“Tenho liderado a organização de vários
eventos para esta associação e sinto que posso continuar a ajudar a freguesia.
Aceitei concorrer pelo PSD porque acredito na equipa do dr. Tinta Ferreira”,
indicou.
“Estamos numa altura complicada e de grande
crise e não nos vamos comprometer com grandes obras porque não tenho varinha
mágica para arranjar dinheiro”, referiu a candidata.
Ana
Sofia Pataco, do BE, considerou o debate “muito importante para a freguesia”,
para as pessoas “conhecerem as propostas dos candidatos”. “Queremos desenvolver
a freguesia e resolver as lacunas existentes”, apontou.
“Alargar
o horário da junta para que a população possa usufruir dos serviços”, é uma das
medidas a implementar, assim como a possibilidade de levantar medicamentos sem
necessidade de deslocações para fora da freguesia. “Descentralizar as reuniões
da assembleia, a criação de orçamento participativo na freguesia e de uma rede
entre freguesias para promover atividades culturais em conjunto”, são algumas
das medidas que pretende desenvolver.
Hugo
Frizado, do CDS, reside no Nadadouro há quatro anos e sente que a freguesia “é
um diamante em bruto que precisa de ser valorizado”. “Sou ambicioso e lutador.
Pretendemos criar uma relação de proximidade com a população”, garantiu.
Vítor
Fernandes substituiu o candidato da CDU à Assembleia de Freguesia do Nadadouro,
ausente por motivos profissionais. O comunista declarou que o Nadadouro “é uma
freguesia com grandes potencialidades”. “Uma das questões fundamentais é a
Lagoa de Óbidos. Iremos lutar para resolver rapidamente a poluição e o
assoreamento”, sustentou, defendendo a criação de Paisagem Protegida de Âmbito
Regional.
João
Martinho, do Movimento pelo Nadadouro (MPN), disse que se candidatou pelo amor
pela sua terra-natal e para dar continuidade a um projeto iniciado há quatro
anos. “A nossa freguesia carece de alguns serviços como saneamento básico,
iluminação, estradas transitáveis e sinalização em condições”, apontou,
frisando ser “necessária uma mudança de atitude perante os recursos
existentes”.
Primeiras
medidas a tomar
Se
forem eleitos, que medidas é que vão tomar em primeiro lugar, foi a questão
seguinte, para se perceber que prioridades é que os candidatos definem para a
sua intervenção.
“Fazer
o diagnóstico da situação organizacional, contabilístico e financeira da Junta
de Freguesia, analisar as atas e dossiês para ver se existe alguma deliberação
pendente, e caso exista integrá-la no plano de ação, identificar o património”,
indicou Valentina Contente, que também pretende “um horário de atendimento
alargado”.
“Fomentar
a utilização do e-mail para evitar que as pessoas possam ser esclarecidas sem
necessidade de deslocação, fazer um levantamento dos casos de carência social
na freguesia e providenciar adequado encaminhamento e tratamento. Efetuar a
limpeza de toda a área, incluindo o arranjo das bermas e passeios danificados.
Fazer o ordenamento dos cursos de água que foram desviados, providenciar a
substituição de todos os sinais de trânsito danificados e estudar os pontos em
que, para maior segurança, são necessários sinais, espelhos e iluminação
pública”, descreveu.
Alice
Gesteiro disse que se for eleita presidente da junta a primeira coisa que fará
é “arrumar a casa e pô-la a funcionar, distribuindo tarefas pela equipa e
funcionários”.
“Criaremos
de imediato a caixa de sugestões e reclamações, para desta forma as pessoas
mais facilmente colocarem os seus problemas”, indicou. “Estabeleceremos dias de
atendimento pelo presidente da junta e reuniões periódicas para além das
assembleias de freguesia”, acrescentou.
Segundo
a candidata, a sinalização “é um problema muito grande, porque é preciso
substituir e colocar novos sinais, colocar passadeiras onde desapareceram e
corrigir a iluminação pública nos pontos mais frágeis”.
Criar
um ATL, para ocupar as crianças após o horário do jardim de infância e da
escola primária, é outros dos objetivos, a par de maior limpeza da freguesia,
admitindo para tal contratar mais um cantoneiro.
“Não
é fácil definir as primeiras medidas, numa freguesia que tem tantas
deficiências”, comentou Ana Pataco, que defende “um programa de emergência
social, com a criação de um gabinete de crise na freguesia, que possa
acompanhar e apoiar as vítimas da crise”.
A
atribuição de um subsídio equivalente ao subsídio de desemprego aos pescadores
e mariscadores, sempre que as operações de dragagem da Lagoa impliquem a
paragem da atividade e durante os períodos de defeso, criar hortas comunitárias
para as famílias com fracos recursos, utiizar a viatura da Junta para deslocar
pessoas com mobilidade reduzida e criar um serviço de apoio solidário para
pequenas reparações nos domicílios, foram medidas que a bloquista enumerou.
“Esta
freguesia tem tanto por onde crescer, mas encontra-se de há uns tempos para cá
estagnada”, lamentou.
Hugo
Frizado revelou que as primeiras medidas a tomar passam por “fazer um
levantamento exaustivo das famílias carenciadas da freguesia, para apoiá-las da
melhor forma”.
“Pretendemos
também efetuar um levantamento das zonas sem ou com deficiente saneamento
básico. É um dos projetos mais urgentes, assim como corrigir a deficiente
sinalização e a falta de iluminação pública. Um dos projetos ambiciosos que
temos é o táxi-medicamentos, que pretende dar apoio a quem tenha dificuldade de
mobilidade. Um funcionário da autarquia irá recolher todo o receituário das
pessoas que não podem deslocar-se às farmácias. Pretendemos também criar uma
página da Junta na Internet com mais serviços”, indicou.
Vítor
Fernandes sustentou que a primeira questão que importa é “ouvir as pessoas” e
por isso “serão realizadas reuniões em todos os lugares para ouvir as sugestões
para melhorar a vida das pessoas”.
“Reivindicar
a intervenção da Câmara das Caldas na Lagoa de Óbidos, apoiar os pescadores e
mariscadores quando não possam trabalhar, promover e apoiar a agricultura, a
resolução dos transportes coletivos, a requalificação dos espaços verdes e
resolver o problema da largura da estrada à volta da Lagoa”, são medidas que
defendeu, apostando ainda na criação de uma marca identificativa da freguesia
do Nadadouro.
João
Martinho aposta na limpeza de caminhos e terrenos públicos, defendendo a
contratação de mais um cantoneiro, e no alcatroamento das ruas que estejam em
pior estado. “Insistir junto das entidades nacionais e internacionais para a
limpeza da Lagoa e requalificação da sua costa”, será outra ação a desenvolver,
assim como a apresentação de propostas para o alargamento da rede do Toma até à
freguesia do Nadadouro, e dos horários de funcionamento da junta de freguesia e
do posto de correios.
Potencialidades
a explorar
Foi
perguntado aos candidatos como é que caraterizam a freguesia e que
potencialidades tencionam desenvolver. Valentina Contente considerou que o Nadadouro
“tem várias e boas potencialidades para deixar de ser vista como uma freguesia
de segunda”. A agricultura, a pesca e o turismo serão as suas áreas de
intervenção.
Aproveitar
os terrenos abandonados para culturas, valorizando o espaço rural com apoios
comunitários, a criação de condições adequadas às pescas, a criação da praia do
Nadadouro com infraestruturas e exploração comercial, e a criação do Eco-Museu
da Lagoa para impulsionar o turismo
paisagístico e da natureza, constam do programa da candidata do PS.
Alice
Gesteiro entende que é uma freguesia “bem localizada, perto da praia e da
cidade, e que cresceu muito nos últimos anos”. “É importante que o
desassoreamento da Lagoa seja feito de forma correta para assegurar a vida dos
pescadores”, frisou. “Há potenciais para crescer. Para além da pesca na Lagoa,
também os desportos náuticos são importantes”, indicou. A criação do Museu da
Lagoa é “importante para preservar os apetrechos que se utilizavam”.
Ana
Pataco chamou a atenção para o perigo do Nadadouro se tornar “um subúrbio das
Caldas”. Outras ameaças recaem sobre os problemas ambientais da Lagoa e a falta de transportes. Para a Lagoa, a
solução passa “por defender a aquisição, pelas Câmaras das Caldas e de Óbidos,
de uma draga para intervenção permanente e o dinheiro dos dragados pode servir
para o saneamento”.
Hugo
Frizado declarou que a freguesia “peca por falta de limpeza”, sendo esse um dos
problemas que pretende resolver. Incentivar a cultura de bivalves, aproveitar
os terrenos com capacidade agrícola que não estão a ser explorados e fomentar a
observação de aves, caminhadas e desportos náuticos, para atrair turistas, são
suas intenções. “São anos a mais de inércia e é altura de começarmos a fazer
alguma coisa pela freguesia”, afirmou o candidato do CDS.
“Temos
muita riqueza e coisa boa, se for aproveitada. Temos a Lagoa e campos bons para
agricultura. Melhorar o Nadadouro e a vida das populações, é o nosso objetivo”,
comentou Vitor Fernandes.
João
Martinho considera que “o Nadadouro só tem a ganhar se rentabilizar os recursos
de que dispõe. Não podemos continuar a ser apenas um local de passagem,
escondido entre as Caldas e a Foz do Arelho”. Desenvolver a vertente turística
da freguesia, em conjunto com a Câmara e entidades privadas ligadas ao turismo,
é a grande aposta, assim como “exportar a nossa gastronomia”.
Carências
a dar resposta
Depois
das virtudes, as carências. E o que mais falta ao Nadadouro? Para a candidata
do PS, “a construção de um lar para pessoas idosas, incluindo quartos para
casais”, é uma das lacunas a resolver, porque “nesta freguesia existem várias
pessoas em lares em território que não é o seu”. “A limpeza da freguesia, a
regularização das bermas para percurso pedonal em segurança, a limpeza das
valas e valetas, o ordenamento dos cursos de água que foram desviados e que no
inverno inundam terrenos, o arranjo das estradas danificadas, a construção de
acessos e passeios”, são outras carências a que tenciona dar resposta.
Já
a candidata do PSD recordou que, ao nível da ação social, o Centro de Apoio
Social tem desenvolvido um importante papel. “O lar é desde o início um
objetivo, mas custa muito dinheiro. Vamos lutar por conseguir”, manifestou.
“O
Centro já faz o táxi-farmácia que aqui foi falado (pelo candidato do CDS) e é intenção
fazer este serviço em parceria com a Junta de Freguesia, alargando a mais
gente. E é a farmácia que vem trazer os medicamentos”, indicou.
“A
rua principal é extremamente importante ser requalificada a todos os níveis”,
sustentou.
A
candidata do BE sublinhou que “é urgente a criação de emprego”, apontando como
possibilidade a agricultura biológica e o turismo de habitação. “Tencionamos
recuperar casas a custos controlados para habitação social. Se o senhorio não
fizer as obras de reabilitação, a Câmara poderá assumir a recuperação e a renda
será paga à Câmara até recuperar o que investiu e só depois ao proprietário”,
descreveu.
“A
maior carência da freguesia do Nadadouro
é a ausência do presidente”, acusou o candidato do CDS. “Se houver um
presidente que tenha uma visão de futuro, seja arrojado, empreendedor, corajoso
e determinado em fazer alguma coisa pela freguesia, de certeza que todos os
problemas da freguesia serão resolvidos”, manifestou. “Queremos tornar o
Nadadouro uma das maiores freguesias a nível do concelho, mas sem perder a sua
identidade”, assegurou.
O
candidato da CDU disse que é “fundamental dar resposta às situações sociais
mais problemáticas”. “As associações que estão no terreno já o fazem, mas a
junta também pode ter um papel, com a Câmara, no sentido do levantamento das
situações e apoio”.
A
limpeza, a requalificação da principal via da freguesia e o saneamento básico,
são alguns dos aspetos a ter em conta, sustentou.
Para
o candidato do MPN, a limpeza é o primeiro aspeto a resolver. Depois, a
mobilidade, daí insistir no alargamento da rede do Toma até à freguesia. O
terceiro ponto tem a ver com a segurança, que passa pela sinalização, estradas
em condições de circulação e iluminação. O apoio social aos desempregados é
outra das suas preocupações. A preservação do ambiente, com o incentivo ao uso
da bicicleta, reforço de transportes públicos e aumento de ecopontos, são
medidas que descreveu.
Houve
ainda uma parte em que o público colocou questões, sendo nessa altura em que os
ânimos aqueceram um pouco, sobretudo aquando da intervenção do presidente da
Junta de Freguesia, César Dimas, que se sentiu visado em declarações de alguns
candidatos e pretendeu responder.
Francisco
Gomes
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